Lição 09: A oração como adoração

Texto Áureo: “Contudo, o Senhor mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida.” Sl 42.8

 

Verdade Aplicada: A oração é um dos ingredientes essenciais de uma verdadeira adoração.

 

Textos de Referência: Sl 42-4

 

INTRODUÇÃO
Nossa alma carece da oração. Orar é muito mais do que apresentar a Deus uma lista interminável de petições. Os adoradores genuínos amam a oração, pois dela tiram tudo que são e que oferecem ao Senhor (Lc 18.1-8).

 

1. A ORAÇÃO NO SÉCULO DA INDIFERENÇA
A atualidade é marcada por ser a era da indiferença. Em tempos assim, orar é revolucionário, pois, se a oração revela nossas preocupações com os outros, quando oramos por nossos irmãos, quebramos as garras da indiferença e afirmamos pertencer ao Corpo de Cristo.

 

2. DESFRUTANDO DA INTIMIDADE COM DEUS
Intimidade é privilégio de poucos. Uma das grandes tragédias da atualidade é a distância entre nós e Deus. Falta-nos a dimensão do quarto fechado (Mt 6.6). Se perdermos a intimidade com Deus, também perderemos o senso daquilo que O “machuca”. Resgatar a maravilha de estar em Sua Presença é resgatar a alegria de adorá-Lo pelo que Ele é.

 

3. A ORAÇÃO QUE LOUVA
Muitos dos Salmos são orações cantadas. Alguns dos belos hinos de nossa Harpa Cristã são orações cantadas. Essa atitude de cantar orações é uma das práticas mais antigas da espiritualidade cristã. Ela evoca dimensões profundas do envolvimento entre o ser que ora e o ser que adora – sem distinções – pois orar, cantar e adorar podem ser três acordes de uma mesma sinfonia da alma.

 

CONCLUSÃO
A oração genuína é uma das mais incríveis formas de adoração. Ela nos ajuda na tarefa bela de chegar a Deus em certeza de fé. Abençoados pelo privilégio de chegar à presença de Deus, temos a alegria de abrir nossas almas e com isso redescobrirmos motivos para louvar.

 

Foco na Lição

Fonte: Revista Betel Dominical nº 101 4º. Tri/16 e Bíblia do Culto – Editora Betel.
Pastor Manoel Luiz Prates
E-mail: foconalicao@editorabetel.com.br
Se desejar, escreva-nos

 

Nossa alma carece da oração. Orar é muito mais do que apresentar a Deus uma lista interminável de petições. Os adoradores genuínos amam a oração, pois dela tiram tudo que são e que oferecem ao Senhor.

“E, por algum tempo, não quis; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lc 18:4-8)

 

1. A ORAÇÃO NO SÉCULO DA INDIFERENÇA
A atualidade é marcada por ser a era da indiferença, mas quando oramos por nossos irmãos, quebramos essas
garras e afirmamos que pertencemos ao Corpo de Cristo.
Existem três qualidades essenciais para a experiência da oração:

  • Amor uns pelos outros.
  • Desprendimento das coisas terrenas.
  • O exercício da verdadeira humildade.

A humildade nasce de duas compreensões básicas:

  • A primeira diz respeito a Deus.
  • A segunda a nós mesmos.

Quando elevamos nossas orações a Deus, é fundamental ter a real compreensão de quem somos e a quem estamos dirigimos as orações.

A oração destrói o edifício da indiferença porque nos coloca em nosso devido lugar: dependentes de Deus e dos outros. Quando nossos afetos se mostram desordenados, a oração também se mostra confusa. A carência nos afetos torna-nos egocêntricos na oração. Quando oro estou enfatizando a verdade de que não sou nenhum deus e tenho necessidades e carências. Dirijo-me a um ser maior do que eu. Esse confronto que a oração propõe ao meu ego quebra a arrogância e me torna (ou devolve) à condição original. Quando a adoração tem esses elementos: quebrantamento, contrição e carência honesta, transforma-se numa melodia da graça de Deus.

Atualmente, a correria tem afastado muita gente do lugar da oração. Influenciados pela sociedade da pressa, muitos perderam a maravilha de passar um tempo em oração. O relógio da pós-modernidade não suporta esperar. As pessoas acham que, se perderem algum tempo, diminuirão seus ganhos e perderão oportunidades.

Quando oramos, evoluímos da simples expressão de nossa vontade para a abertura mais profunda de nossa dimensão íntima, secreta, discreta e particular. Ser adorador sem oração é como ser sem o mar.
2. DESFRUTANDO DA INTIMIDADE COM DEUS
Falta-nos a dimensão do quarto fechado. “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará”. (Mt 6.6). Se perdermos a intimidade com Deus, também perderemos o senso daquilo que O “machuca”. Resgatar a maravilha de estar em Sua Presença é resgatar a alegria de adorá-Lo pelo que Ele é. Intimidade é produto do tempo. Não pode ser produzida por arranjos técnicos. É uma santa amizade com Deus.

Ficamos inquietos quando o dia se arrasta em afazeres (Marta) e o tempo vai dizendo que não conseguiremos desfrutar da presença de Deus (Maria). A oração que adora é a oração que ora! Desfrutar da intimidade com Deus é ter a garantia da verdadeira liberdade.

Podemos orar honestamente, permitindo que a alma fale com seu Criador. Não há carrascos da culpa, nem carcereiros da religiosidade. Quando a alma ora e adora, é livre para encontrar-se com seu Senhor em absoluto enlace de amor em êxtase.

Os efeitos da ausência de intimidade com Deus são muitos:

Adoração como um negócio;
Transformar a pregação em uma performance;
Desenvolver uma espiritualidade positivista barata; entre outros.

Uma das grandes verdades fundamentais da teologia é que Deus é uma pessoa! A oração que adora é aquela que compreende e ama essa verdade. Quando isso acontece, oramos, não buscando as dádivas de Deus, mas o Deus das dádivas!

A oração que adora é aquela que desembaça a visão das coisas e fixa o olhar no Pai. A oração que chega a Deus não é a de palavras pomposas ou a de expressões variadas, mas a sincera, partindo de um coração devoto. Guarde isto: “A chave abre a porta não porque é dourada, mas porque se encaixa na fechadura”.

 

3. A ORAÇÃO QUE LOUVA
Alguns dos belos hinos de nossa Harpa Cristã são orações cantadas. Essa atitude de cantar orações é uma das práticas mais antigas da espiritualidade cristã. Um fato interessante no livro de Salmos é a forte presença da salvação como elemento da oração.

O Eterno Deus não reconhece fórmulas. É perniciosa a ideia de que Deus só responde orações que tenham determinadas marcas, fórmulas. Deus não leva em consideração a reza de um robô treinado para elaborar orações “trezentas vezes” mais bonitas que a sua. A oração genuína é uma conversa entre Pai e filho. Deus responde a toda e qualquer oração que venha honesta, da alma. O problema é que não entendemos (ou não queremos entender) suas formas de responder. Muitas são as orações que Deus responde em silêncio, apenas com Seu olhar.

Conseguimos realmente discernir o silêncio de Deus? O problema ainda maior é que, imersos num tempo de velocidade, achamos que Deus é obrigado a nos responder objetivamente o mais rápido possível e assim, distorcemos versículos para a nossa própria tragédia hermenêutica.

Oramos e louvamos pelas bênçãos e pelas crises. Oramos e louvamos na festa e no luto. Por quê? Porque nossa composição espiritual é assim. Essa é a nossa natureza. Encontramos forças para orar e certezas para louvar. Não deve haver contradição entre o ser que ora e o que vive. Algumas pessoas, no momento da oração, parecem completamente outra. Mudam de voz, de personalidade. A oração genuína é aquela que parte de quem sou. Deus não ama as palavras que sei dizer, Ele ama a mim!

Não é a beleza ou a correção teológica que legitimam a oração e a adoração, mas sim, a integridade da alma. Orações são falas da alma. Enquanto essa verdade não for amada por mim, não orarei de verdade. É contradição mortal orar aquilo que não sou. É amordaçar a alma para que a verdade de quem sou não me machuque. Quando destruímos a contradição entre o ser que ora e o ser que vive, a adoração pode fluir.

Deus é Deus de honestos. Quando oro, minha alma se deleita em Deus e isso produz o estado de espírito ideal para o louvor. Não é legítimo o “louvor” que obriga Deus a fazer uma série de coisas para mim, mas sim, aquele que destrona meu ego: “Seja feita a tua vontade”. O caminho de Cristo (esvaziar-se) precisa ser nosso caminho. Quando chegamos à presença de Deus esvaziados do ego e da arrogância, através da oração honesta, ganhamos o conteúdo para louvar, e aí sim temos um novo cântico e uma nova vida.

Quando temos a oração como desejo sincero da alma, temos o conteúdo ideal da adoração e podemos viver com a segurança de um filho que pode conversar com seu Pai a qualquer momento.

Reflexão

A oração genuína é uma das mais incríveis formas de adoração. Ela nos ajuda na bela tarefa de chegarmos a Deus com certeza da fé. Abençoados pelo privilégio de chegar à presença de Deus, temos a alegria de abrir nossas almas e com isso redescobrirmos motivos para louvar.