Rio da vida: Vida abundante na gloriosa cidade

Tema:  Ap 22.1

E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.

Introdução:

            Apocalipse é uma dádiva que nos vem de Deus, por meio de Jesus Cristo. Deus deu a Revelação a Cristo, Cristo ao anjo, e o mensageiro celestial entrega essa mensagem a João e João tem o privilégio de entregar a igreja. Joao registrou o que escreveu para iluminar e edificar os santos de todos os séculos.

Desenvolvimento:

No capítulo 22,  Joao continua a contemplar a visão da Jerusalém Celestial, vendo agora o rio e a árvore da vida para a saúde das nações; o que isso significa para nós é que mesmo no estado eterno de glória, a bem-aventurança do homem é dependente de sua comunhão de Deus, não que ele possa perder sua salvação na glória, mas como Jesus é a fonte da vida (Jo 5.26), mesmo no estado eterno é a vida de Cristo que nos garante a eternidade. Como estamos em Cristo, existiremos por toda eternidade. Somos como galhos enxertados na videira. Temos vida porque estamos em Cristo e isso jamais mudará nem mesmo na glória. Embora venhamos ter um corpo incorruptível e imortal, jamais teremos vida em nós mesmo. Tudo  oque temos ou venhamos a ter , recebemos de Cristo.

            Vale lembrar também que as coisas terrestres são modeladas na semelhança das celestiais. A árvore da vida, faz pensar no Éden, a árvore do conhecimento do bem e do mal não aparece mais. A árvore da vida, nos espera no céu, mas a árvore que seu fruto trouxe a morte secou-se na cruz do calvário.

            Neste capítulo também somos informados de que há um rio que procede do trono de Deus e do Cordeiro. Tipificando para nós poder, majestade e graça. Um governo em que os santos se regozijam e sob qual todas as nações viverão em paz.

            Este rio que lemos aqui em Apocalipse não deve ser confundido com o de Ez 47.1-12, o de Ezequiel tem seu leito na terra, no nosso texto tem seu leito no trono de Deus. O de Ezequiel e Zacarias será visto no milênio, o de Apocalipse na eternidade. Este rio Milenal será criado quando Cristo tocar com os pés no monte das oliveiras. O descrito por Ezequiel tem seu leito na terra, o do texto em foco tem seu leito no céu; o de Ezequiel , também descrito por Zacarias (14.1-8), terá sua nascente “debaixo do umbral da casa” (o templo), o de Apocalipse 22, porém, no “trono de Deus e do Cordeiro”. O rio de Ezequiel será visto durante o milênio, o de Apocalipse 22  já na eternidade. Durante o milênio, a terra será enriquecida com o “rio milenial”. O leito desse rio será criado no momento em que Jesus tocar com seus pés sobre o monte das Oliveiras (Zc 14.4). Sua foz será debaixo da casa do Senhor, especialmente do seu lado direito. Esse rio milenal vai adoçar as águas do mar Morto (Zc 14.8).

            O rio do Jardim do Éden era dividido em quatro braços (Gn 2.10). O rio milenal será dividido em dois (Zc 14.4,8). Esses dois canais seguirão caminhos diferentes:

  1. O primeiro em direção ao mar Morto, formando um vale nas montanhas de Judá (Zc 14.5).
  2. O segundo seguirá em direção ao mar Mediterrâneo (Zc 14.8)

Enquanto o jardim do Éden havia “quatro braços”, o milenal haverá “dois braços”, o Rio da Vida na Jerusalém celestial será um só. Este simboliza a vida eterna e salvação gratuita e perfeita, o dom da soberana graça de Deus.

Podemos destacar agora: sete glórias dos remidos nos versículos 3-5:

  1. Nunca mais haverá maldição: Ausência de pecado e santidade perfeita. Quando o pecado entrou no mundo, foram amaldiçoados a serpente, a Terra e também Caim. Lemos que todos os que estão debaixo das obras da Lei estão em maldição (Gl 3.10). Mas nem maldição nem os seus efeitos poderão entrar na Cidade de Deus.
  2. Ali estará o trono de Deus e do Cordeiro: Remidos estão associados para sempre aquele trono. Nada o perturbará.
  3. Os seus servos o servirão: o céu não é lugar de ociosidade e nem de preguiçoso. Nunca teremos aborrecimentos. O ministério será perfeito, de que forma não sabemos, Deus tem muitas surpresas reservadas para os seus Santos. Por amor serviremos com alegria e liberdade.
  4. E verão o seu rosto: Em 1 Pe 1.8; lemos que “o qual não havendo visto, o amam”. Momento de regozijo aquele em que nossas almas poderão contemplar  o nosso bendito Salvador e Senhor.
  5. Nas suas testas estará seu nome: Isto significa a posse legitima e eterna. O seu nome e a respectiva glória serão nossos para sempre. Dele teremos além do nome uma semelhança espiritual. Seremos a viva expressão dele e de seu caráter.
  6. Dia sem fim:  não haverá noite, nem trevas, nem necessidade de luz artificial, como a de uma lâmpada, nem luz natural como a do Sol.
  7. Um Reino Eterno: reinarão para todo o sempre. Os santos nunca cessarão de reinar. O trono é eterno, e muitos são os tronos e as coroas dos santos. Serviremos e reinaremos por toda a eternidade.

O Apocalipse rigorosamente falando podemos dizer que termina no v.5, os demais versículos são um fechamento, de tudo o que já foi revelado a João.  É um epílogo, uma coroação do livro de Apocalipse.

A fidelidade e a verdade de Deus são asseveradas várias vezes em Apocalipse. Os mártires  proclamam em um canto de louvor: “grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor todo-poderoso. A grande multidão no céu, a uma voz, exclama: Verdadeiros e justos são os seus juízos. E Deus declara: estas palavras são fieis e verdadeiras. Há uma recompensa para aqueles que guardam e praticam a Palavra do Senhor. Há uma recompensa para aquele que vive de acordo com a vontade de Deus. Há uma bem-aventurança eterna para os fieis.

Seis vezes em Apocalipse encontramos a expressão “eis que cedo venho”. Mesmo que com palavras diferentes nos versículos, o sentido é o mesmo. Isso revela o desejo de Deus, durante séculos, que a esperança da vinda do Senhor seja para  os remidos sempre viva, imediata e purificadora. (I Jo 3.3)

Em Daniel 12.4, lemos a ordem : “fecha estas palavras e sela este livro, até o fim do tempo”. Agora em Apocalipse lemos no v.10 “não seles as palavras desta profecia, porque próximo está o tempo.” Vivemos o tempo do fim. Isso se acentua ao notarmos a aproximação evidente de Jesus. Quando observamos os acontecimentos atuais e  o que a Bíblia nos mostra por sinais do fim, o proceder dos homens é o mesmo desde o tempo bíblico, os sentimentos carnais e humanos são os mesmos. Isso evidencia mais um sinal da vinda de Cristo para arrebatar a sua igreja.

Quando chegamos a no v.11 podemos dizer que é o estado progressivo nas pessoas, do bem ou do mal, e assim será até a vinda do Senhor. Nossos hábitos definem nosso caráter e nosso caráter define nosso destino. Cada um prosseguirá no seu caminho escolhido, ou para as profundezas do abismo ou para a pureza e perfeição.

Vemos ainda nesse versículo v.11 dois grupos de pessoas: maus e bons. O primeiro grupo manteve-se na porta larga que conduz a perdição (Mt 7.13), o segundo grupo largou o caminho largo e optou pelo caminho estreito (Mt 7.14), esse último grupo entrou pelo caminho que leva ao céu. Deus exige uma definição nossa, não podemos coxear em dois pensamentos. O mundo precisa ver uma diferença em nós.  Essa diferença é o caráter cristão expresso em nós através da santidade.

Conclusão:

“E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.“ Apocalipse 22:3. Podemos afirmar com toda a convicção que vivemos os últimos dias, que o tempo é chegado. Jesus não está agora somente ás portas e sim na porta. Por isso os fieis precisam despertar, em breve ouviremos: Aí vem o noivo, sai-lhe ao encontro.  Os que amam a vinda do Senhor terão certos o seu galardão.  E como diz o versículos, os seus servos o servirão.

Em um certo sentido, as pessoas determinam seu destino com suas próprias escolhas, por isso hoje é o dia de nos santificarmos, chegarmos mais a Deus, buscarmos um compromisso maior. Viver em inteireza de coração e fidelidade ao Senhor.  O dia do Senhor está muito perto e precisamos estar prontos para encontrar com o nosso Salvador.

IS 21.11: Guarda a que horas estamos da noite?

Sf 1.14: O grande dia do Senhor está perto, sim, está perto, e se apressa muito; amarga é a voz do dia do Senhor; clamará ali o poderoso

                  

Ev. João Paulo Oliveira Cruz